Governo perspectiva fundo específico para melhoria da N1

O Governo pretende criar um pacote financeiro específico para dedicar-se ao financiamento das obras de reabilitação da Estrada Nacional número um (N1) para que até final deste quinquénio, a espinha dorsal da rede viária do país apresente-se em boas condições para o transporte de pessoas e bens em toda ou maior parte da sua extensão. O projecto foi anunciado na quarta-feira 19 de Março pelo Ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, falando durante uma visita ao Fundo de Estradas, FP (FE, FP), instituição financeira do Sector de Estradas, que passou a estar sob tutela deste novo Ministério.
Paralelamente à estruturação deste fundo, o titular da pasta dos Transportes e Logística recomendou ao Sector de Estradas para que faça um levantamento dos troços da N1 com volumes de tráfico viáveis para serem concessionados, outra estratégia de garantia de boa transitabilidade rodoviária. Desta forma, o fundo, cujos montantes não foram ainda anunciados, ficará encarregue de suportar as intervenções nos troços da N1 não abrangidos de projectos de concessão.
A ideia é garantir que o país tenha a espinha dorsal da rede viária em plenas condições de transitabilidade e, desta forma, poder servir para a logística e o desenvolvimento nacional, numa altura em que aumenta a demanda por corredores rodoviários. Segundo o ministro João Matlombe, o Fundo de Estradas, FP, é que deverá liderar o projecto que vai avançar em paralelo com outras iniciativas de mobilização de financiamento para projectos de estradas em curso e/ou em perspectivas.

O governante mostrou-se ainda preocupado com a sinistralidade rodoviária que tende a aumentar no país, numa altura em que os esforços globais visam a sua redução, e disse que a N1 que se perspectiva deverá ter faixas com separador central em alguns troços com vista a evitar colisões frontais, que se revelam mais fatais. Concordou com necessidade apresentada pelo Fundo de Estradas, FP, de criação de uma capacidade financeira para responder de forma atempada a reparação de danos causados por situações de eventos extremos como cheias e inundações como as que ocorrem nesta época chuvosa, cuja avaliação preliminar já aponta para cerca de 2.6 mil milhões de Meticais que deverão ser investidos para a reposição da transitabilidade no país. Por fim, o Ministro deu informação sobre o processo de restruturação da concessão da N4. Tendo em conta que esta fase não se trata de construção da N4, mas para a sua manutenção, recomendou que o Fundo de Estradas, FP, participasse no processo em curso e que tomasse a liderança. João Matlombe chegou ao FE, FP, às 9 horas tendo percorrido todas as instalações, onde interagiu com os funcionários das diferentes unidades orgânicas antes de reunir-se com os membros do Conselho de Administração, liderado pelo Professor Doutor Ângelo Macuácua, Directores, Chefes de Departamento e técnicos seniores da instituição.

O FE, FP, fez a apresentação institucional e a situação actual e perspectivas de financiamento do Sector de Estradas, dois documentos que mereceram elogios do ministro. Reagindo, o governante lembrou que o Sector de Estradas têm inúmeros desafios que exigem uma nova forma de pensar e diferente da que vem sendo adoptada. Na óptica do ministro, só desta forma o país poderá lograr resultados diferentes que permitam reatar o contrato social rompido pelo facto de os cidadãos estarem a exigir do Governo uma qualidade de serviços muito acima da que vem sendo disponibilizada.